sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Os Selvagens



A Carta do Chefe Indígena Seattle (1854)

Esta carta é uma resposta ao Presidente Americano F. Pierce, que tentava comprar “as terras” do cacique. Uma denúncia à ganância do homem branco, cioso de seu intelecto. Um grito contra a injustiça dos que pensam ter o direito sobre a terra, excluindo seus semelhantes e outros seres vivos. Um apelo ao humanismo:


O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao seu próprio mau cheiro.


Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se nós a decidirmos aceitar, imporei uma condição: O homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma lição em tudo. Tudo está ligado.


Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com a vida de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas: que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá também aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.


Disto nós sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem é que pertence à terra. Disto sabemos: todas as coisas então ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.


O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu a teia da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizermos ao tecido, fará o homem a si mesmo.


Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala como ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos.


De uma coisa estamos certos (e o homem branco poderá vir a descobrir um dia): Deus é um só, qualquer que seja o nome que lhe dêem. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu Criador. Os homens brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.


Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos das florestas densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruídas por fios que falam.


Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a água? Desapareceu. É o final da vida e o inicio da sobrevivência.


Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?


Cada pedaço de terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho…


Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.


Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar para seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem, dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.


Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra tudo que necessita. A terra, para ele, não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, extraindo dela o que deseja, prossegue seu caminho. Deixa para traz os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa… Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.


Eu não sei… nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o homem vermelho seja um selvagem e não compreenda.
Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite?


Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.


segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Simulado de Resgate e Primeiros Socorros na Pedra do Sapo



Foi realizado neste sábado dia 24 de Novembro de 2007 o 2° Simulado de Resgate e Primeiros Socorros na Pedra do Sapo.

A atividade é aberta a todos os interessados e permite a participação como Turistas ou Socorristas.

Além de uma agradável caminhada ecológica pela Mata Atlântica, a equipe realiza operação de resgate de acidentado por queda de diferença de nível e prestação de primeiros socorros, sendo em seguida iniciados os trabalhos de transporte em prancha rígida por caminhos acidentados.

A atividade torna-se possível pela colaboração do sr. Rubens, que permite nosso acesso em sua propriedade, incluindo o estacionamento de veículos.
A equipe percorreu as trilhas locais até a base da pedra do Sapo em aproximadamente 50 minutos.

O equipamento foi transportado pelos socorristas para imobilização e transporte do acidentado.

Os socorristas realizaram os procedimentos básicos de abordagem do acidentado, utilização de equipamentos de proteção individual, imobilizador cervical, talas para imobilização de fratura e transporte em prancha rígida com proteção contra estado de choque choque.

Foram necessárias diversas manobras para o transporte, incluindo pequenas escaladas em encostas rochosas, com o auxílio básico de cabos solteiros e nós para freio da corda, utilizando
mosquetões e técnicas específicas.

O trajeto local é irregular, sendo ascendente, descendente, mata fechada, trilha aberta, trechos alagados, trilha rochosa, etc. além de vasta vegetação, o que dificulta sensivelmente o transporte em determinados trechos.
A equipe atuou com força e coragem sobre os obstáculos, garantindo um exercício prático satisfatório e com crescimento técnico, pois os participantes puderam aplicar as técnicas aprendidas em treinamentos de primeiros socorros, em um ambiente diferente do normalmente praticado.

Agradecemos a presença e empenho de todos os voluntários que participaram deste evento e aguardamos novamente sua presença para o 3° Simulado, em Novembro de 2008.

Até lá.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Para meditar.



Chávez e o Império



por Carlos Azevedo



O rei de Espanha mandou o presidente da Venezuela calar-se. A euforia tomou conta de todas as direitas, mas também deixou confusa muita gente boa. O que Chávez havia dito durante a Conferência da Comunidade dos Países Íbero-americanos? Que o ex primeiro-ministro espanhol, Aznar, é um fascista.

O atual primeiro ministro da Espanha, Zapatero tomou a palavra para dizer que, embora tendo grandes divergências políticas com Aznar, achava que ele devia ser tratado com respeito. Zapatero não podia fazer diferente, tinha que se manifestar, porque sabia que seria cobrado na Espanha se houvesse se mantido em silêncio diante da crítica pública de Chávez. O que fez Chávez enquanto Zapatero falava? Mesmo tendo o som cortado, continuou a falar paralelamente, interrompendo Zapatero, insistindo em seus argumentos contra Aznar, lembrando que este havia apoiado o golpe de Estado que derrubou Chávez do poder por dois dias em 2002 (por ordem de Aznar o embaixador da Espanha foi o primeiro a reconhecer o governo golpista)... Chávez estava cheio de razão, mas, como muitas vezes, foi impulsivo, deselegante, infringindo a etiqueta da diplomacia etc. Nesse momento, impaciente, o rei Juan Carlos exclamou: “por que não se cala?”

A imprensa das classes dominantes do Brasil exultou e aproveitou para achincalhar Chávez mais uma vez. Por que tanta animosidade contra Chávez? Vejamos: quando Chávez foi eleito presidente da República pela primeira vez, em 1998, a Venezuela estava em falência política, suas classes dominantes, mergulhadas em profunda corrupção, desmoralizadas, não conseguiam mais governar. A maior riqueza do país, o petróleo, entregue às multinacionais de petróleo americanas, era partilhada por estas com as elites tradicionais e a alta classe média, ambas americanizadas, vivendo mais nos Estados Unidos que em seu país, seus filhos indo em massa estudar na Flórida, falando mais inglês que espanhol, acostumados todos a ver a Venezuela como uma fazenda de onde extraiam sua boa vida. A Venezuela é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e exporta a maior parte da produção para os Estados Unidos. Chávez começou por questionar a dominação americana sobre o petróleo. Procurou fortalecer a capacidade de negociação da PDVSA (a empresa estatal venezuelana) com as multis. Além disso, constatando que as políticas das grandes potências haviam levado à redução brutal do preço internacional do petróleo (chegou a menos de 20 dólares o barril de 60 litros, isto é, petróleo estava mais barato que água mineral), assumiu a presidência da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e desenvolveu uma política de valorização do preço do óleo. Isso causou ódio e remordimento nos Estados Unidos e nos outros países ricos. Chávez também tratou de retirar das classes dominantes locais parte dos benefícios que recebiam do petróleo para poder investir na melhoria de condição de vida da população trabalhadora, especialmente em educação, saúde, alimentação, habitação. Isso enfureceu os velhos setores dominantes venezuelanos. Também o governo direitista espanhol, então comandado por Aznar, se incomodava. Porque a Espanha, ainda que há muito derrubada de sua condição de potência colonialista na América Latina, mantém grandes investimentos e desenvolve grande influência política por aqui, na condição de país sub-imperialista. Os americanos, auxiliados pelo governo de Aznar, conspiraram com as classes dominantes locais pela derrubada de Chávez em 2002. Deram o golpe, mas não levaram, impedidos por um levante popular associado a uma tomada de posição de parte das forças armadas em favor legalidade. Chávez reassumiu tendo muito mais clareza de quem eram e como atuavam os inimigos do povo venezuelano. Aprofundou sua política de nacionalização do petróleo e de destinar os benefícios dessa riqueza para os mais pobres. Sabendo o tamanho da ameaça, tratou também de fortalecer as forças armadas venezuelanas, comprando armas para melhorar a qualidade da defesa do país, vizinho de uma super-armada e pró-americana Colômbia e de várias bases militares dos Estados Unidos. Como diz o velho ditado, “bobo é quem pensa que o inimigo dorme”. Chávez também mudou as leis do país, promoveu a elaboração de uma nova Constituição, reformou a Justiça e o Parlamento, reforçando a participação popular. Por tudo isso, Chávez é acusado de ditatorial. O interessante é que todas as mudanças promovidas por Chávez foram feitas à partir de eleições, plebiscitos e consultas à população. Desde 1998 realizaram-se dez eleições e plebiscitos no país. Nenhum governo em tempos atuais consultou tão freqüentemente a população como o venezuelano. Eleições cuja lisura não foi contestada por observadores internacionais. Chávez ganhou todas e por larga margem. A oposição golpista, decidida a desmoralizar o regime político do país, esteve ausente de uma eleição. Comandou a abstenção, mas o povo votou em massa em Chávez e em seus candidatos ao Congresso. Resultado, com esse ato estúpido, apolítico, a oposição ficou sem representação nos poderes da República. E depois, saiu acusando Chávez de ditatorial.Certamente Chávez tem lá seus defeitos. Mas para se adotar uma posição madura sobre ele e seu governo, para ver com clareza no meio desse tiroteio é preciso levar em conta o principal.

Registro três aspectos:

1)Trata-se de um governo antiimperialista, construindo a independência de seu país e, por isso, um poderoso aliado de todos os povos latino-americanos na luta contra as políticas imperiais que nos empobrecem e mantêm dependentes. O Brasil e todos os outros países do continente têm sido beneficiados pelas posições e políticas do governo de Chávez.

2) Também é preciso ver que ele vem promovendo políticas de melhoria das condições de vida da população trabalhadora e mais pobre da Venezuela e estimulando seu desenvolvimento econômico.

3) Todas as grandes decisões de governo têm sido respaldadas em eleições legítimas.

Atualmente, a irritação oligárquica contra Chávez alcança um novo ápice. Isso porque seu governo está propondo uma nova reforma constitucional. Uma das propostas é ampliar a possibilidade de reeleição do presidente da República. O povo venezuelano vai votar livremente e dizer se apóia ou não essa proposta. Se apoiar, Chávez poderá se reeleger outras vezes. E o povo venezuelano irá conferir no futuro se tomou uma decisão acertada ou não. É seu direito, é sua responsabilidade. Isso é democracia, é ou não é?

Ou democracia é comprar deputados e fazer passar uma emenda à Constituição no Congresso para permitir a reeleição do presidente, sem consultar a população, como fez FHC mudando a regra do jogo para ganhar um novo mandato em 1998? Isso é democracia ou é golpe?

É golpe. Mas para a imprensa oligárquica FHC é o democrata impoluto. E Chávez é que é ditador?

Poupem-nos de tanta hipocrisia!


Carlos Azevedo é jornalista


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Plano de Atendimento de Emergências


Foi realizado nas dependências da Escola Técnica Mogiana o Plano de Atendimento de Emergências, pelo segundo módulo do curso Técnico em Segurança no Trabalho.

Após instruirem todos os ocupantes da escola quanto aos procedimentos adotados em caso de emergência, foram dirigidos pelos alunos os procedimentos práticos para o exercício simulado de atendimento a emergências e abandono de área no dia 20 de Novembro de 2007.

O exercício teórico e prático foi elaborado pelos alunos que seguiram inúmeros procedimentos administrativos, atendendo a documentações referentes a prefeitura municipal, departamento de trânsito, Corpo de Bombeiros, etc.

Os alunos dirigiram perfeitamente os trabalhos de abandono de área, controle do trânsito das vias locais, procedimentos de combate a incêndio, procedimentos de primeiros socorros utilizando o sistema S.T.A.R.T. para triagem em grandes acidentes, montagem de posto de atendimento de primeiros socorros, recepção e acompanhamento do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São Paulo para atendimento da ocorrência.

De grande colaboração foram os alunos do primeiro e terceiro módulos de Segurança no Trabalho, que atuaram como vítimas da ocorrência e avaliadores das atividades, respectivamente.

Todos os alunos da escola, independentemente do curso, participaram do exercício simulado, que acrescenta a todos vivência na operação em situações de emergências diversas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Dicas da Terapia Ortomolecular

Confira alguns problemas comuns do dia a dia e algumas dicas interessantes.
1. DIFICULDADE DE PERDER PESO.
O QUE ESTÁ FALTANDO : ácidos graxos essenciais e vitamina A.
ONDE OBTER: semente de linhaça, cenoura e salmão - além de suplementos específicos.
2. RETENÇÃO DE LÍQUIDOS.
O QUE ESTÁ FALTANDO : na verdade um desequilíbrio entre o potássio, fósforo e sódio.
ONDE OBTER: água de coco, azeitona, pêssego, ameixa, figo, amêndoa, nozes, acelga, coentro e os suplementos.
3. COMPULSÃO A DOCES.
O QUE ESTÁ FALTANDO : cromo
ONDE OBTER : cereais integrais, nozes, centeio, banana, espinafre, cenoura + suplementos.
4. CÂIMBRA, DOR DE CABEÇA.
O QUE ESTÁ FALTANDO: potássio e magnésio.
ONDE OBTER: banana, cevada, milho, manga, pêssego, acerola, laranja.
5. DESCONFORTO INTESTINAL, GASES, INCHAÇO ABDOMINAL.
O QUE ESTÁ FALTANDO: lactobacilos vivos.
ONDE OBTER : coalhada, iogurte, missô, yakult e similares.
6. MEMÓRIA RUIM.
O QUE ESTÁ FALTANDO: acetil colina, inositol.
ONDE OBTER: lecitina de soja, gema de ovo + suplementos.
7. HIPOTIREOIDISMO. (PROVOCA GANHO DE PESO SEM CAUSA APARENTE)
O QUE ESTÁ FALTANDO: iodo.
ONDE OBTER: algas marinhas, cenoura, óleo, pêra, abacaxi, peixes de água salgada, e sal marinho.
8. CABELOS QUEBRADIÇOS E UNHAS FRACAS.
O QUE ESTÁ FALTANDO: colágeno.
ONDE OBTER: peixes, ovos, carnes magras, gelatina + suplementos.
9. FRAQUEZA, INDISPOSIÇÃO, MAL ESTAR.
O QUE ESTÁ FALTANDO: vitaminas A, C, e E e ferro.
ONDE OBTER: verduras, frutas, carnes magras e suplementos.
10. COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS ALTOS.
O QUE ESTÁ FALTANDO: Ômega 3 e 6.
ONDE OBTER: sardinha, salmão, abacate, azeite de oliva.
Cozinhe a seu favor...
Na medicina ortomolecular, a forma de cozinhar e até os utensílios utilizados ajudam a preservar os nutrientes.
Evite a ingestão de queijos e carnes gordas e frituras.
A gordura acelera o processo de oxidação dos alimentos.
Cozinhe os alimentos no vapor ou até 100º, pois muito calor também oxida os alimentos.
Evite utensílios de alumínio; os resíduos desse metal são tóxicos e podem ficar na comida.
Preferir panelas de vidro ou antiaderentes.
Em hipótese alguma, aqueça os seus alimentos em embalagens e recipientes de plástico no microondas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Curso Técnicas Verticais



Curso Técnicas Verticais




Foi realizado neste sábado, dia 10 de Novembro a parte teórica do Curso de Técnicas Verticais sorteado na 2a. Mostra de Cursos Técnicos da Escola Técnica Mogiana.

Durante a mostra, foram sorteados dois cursos de Técnicas Verticais, um na mostra prática de Segurança no Trabalho - Combate a Incêndio e Trabalhos em Altura e o outro no curso de Contabilidade e Administração. Os cursos serão ministrados no Centro de Formação de Bombeiros Profissionais Civis Vigili del Fuoco, com as seguintes competências:

- Certificações de Equipamentos;
- Cordas e nós;
- Mosquetões, freios e blocantes;
- Procedimentos de Segurança em Altura;
- Utilização de freios e blocantes em rapel;
- Ascenção em cordas com utilização de blocantes;
- Montagem de sistema com ancoragem equalizada e auto-seguro para rapel.

A parte prática, com realização prevista para o domingo, dia 11 de Novembro foi adiada devido às chuvas presentes no período.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Método S.T.A.R.T.


Método S.T.A.R.T.

Simple Triage And Rapid Treatment

Simples Triagem e Rápido Tratamento

TRIAGEM

Processo utilizado em situações onde a emergência ultrapassa a capacidade de resposta da equipe de socorro. Utilizado para alocar recursos e hierarquizar o atendimento de vítimas de acordo com um sistema de prioridades, de forma a possibilitar o atendimento e o transporte rápido do maior número possível de vítimas.

O primeiro socorrista que chega numa cena da emergência com múltiplas vítimas enfrenta um grande problema. A situação é diferente e seus métodos usuais de resposta e operação não são aplicáveis. Este profissional deve modificar sua forma rotineira de trabalho buscando um novo método de atuação que lhe permita responder adequadamente a situação.

Como poderão então esses socorristas prestar um socorro adequado? Obviamente, se eles voltarem sua atenção para a reanimação de uma ou mais vítimas, as outras potencialmente recuperáveis poderão morrer.

Portanto, logo que chegam na cena, esses primeiros socorristas devem avaliá-la, pedir reforços adicionais e providenciar a segurança do local para, só então, dedicarem-se a seleção das vítimas enquanto as novas unidades de socorro deslocam-se para o local da emergência.
Esses socorristas aproveitam assim o seu tempo da melhor maneira iniciando um processo de triagem. Este é o primeiro passo para a organização dos melhores recursos na cena da emergência.
Triagem – Termo dado ao reconhecimento da situação e seleção das vítimas por prioridades na cena da emergência. Palavra de origem francesa que significa “pegar, selecionar ou escolher”.
Podemos conceituar a triagem como sendo um processo utilizado em situações onde a emergência ultrapassa a capacidade de resposta da equipe de socorro. Utilizado para alocar recursos e hierarquizar vítimas de acordo com um sistema de prioridades, de forma a possibilitar o atendimento e o transporte rápido do maior número possível de vítimas.
É de responsabilidade do socorrista que primeiro chegar ao local do acidente múltiplo, montar um esquema e separar as peças de um desastre de forma a propiciar o melhor cuidado possível a cada pessoa envolvida, solicitando recursos adicionais e reforço para atender adequadamente a ocorrência.
Em resumo, o processo de triagem é usado quando a demanda de atenção supera nossa capacidade de resposta e, portanto, devemos direcionar nossos esforços para salvar o maior número de vítimas possível, escolhendo aquelas que apresentam maiores possibilidades de sobrevivência. O primeiro a chegar na cena deve dedicar-se à seleção das vítimas, enquanto chegam as unidades de apoio.

Obs.: Se a ocorrência supera a capacidade de resposta da guarnição do CB que primeiro chegar ao local, deveremos iniciar um processo de triagem para avaliar e tratar a maior quantidade possível de vítimas com potencial de recuperação. Se a guarnição se detém no atendimento de uma única vítima, todos os demais poderão não receber auxílio.
Atualmente é o modelo adotado pela Associação de Chefes de Bombeiros do Estado da Califórnia nos EUA. START é a abreviatura de Simple Triage And Rapid Treatment (Triagem Simples e Tratamento Rápido) .
· Sistema de triagem simples.
· Permite triar uma vítima em menos de um minuto.
Esse método foi desenvolvido para o atendimento de ocorrências com múltiplas vítimas, pois permite a rápida identificação daquelas vítimas que estão em grande risco de vida, seu pronto atendimento e a prioridade de transporte dos envolvidos mais gravemente feridos.
CÓDIGO DE CORES NO PROCESSO DE TRIAGEM
Cor Vermelha
Significa primeira prioridade:
São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que demonstram um estado crítico e necessitam tratamento e transporte imediato.
Cor Amarela
Significa segunda prioridade:
São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que permitem adiar a atenção e podem aguardar pelo transporte.
Cor Verde
Significa terceira prioridade:
São as vítimas que apresentam lesões menores ou sinais e sintomas que não requerem atenção imediata.
Cor Cinza
Significa sem prioridade (morte clínica):
São as vítimas que apresentam lesões obviamente mortais ou para identificação de cadáveres.












sábado, 3 de novembro de 2007

Comentário VEJA edição 2028 - Che Guevara

Após vários comentários de colegas sobre a reportagem da revista VEJA n° 2028 de 03 de Outubro de 2007, senti-me na obrigação de elaborar um comentário referente ao Comandante da Revolução Cubana na década de 50, Ernesto Che Guevara.


Quem acompanhou a reportagem conheceu um Che sanguinário, terrorista, com grande porção de loucura e tendências ditatoriais.


A revista cita "sua maníaca necessidade de matar pessoas". Convém observarmos que normalmente soldados em uma guerra matam pessoas, portanto, a maníaca necessidade estende-se a todos os soldados e todos os exércitos que combateram durante a história da humanidade.


A revista acusa Che da morte de 49 "jovens inexperientes recrutas" do exército Boliviano. Quantas mortes foram atribuídas ao presidente George W. Bush, no solo Iraquiano de civis que foram sumariamente executados, violados em seus direitos e impedidos de exercer sua cidadania num país soberano até a intervenção arbitrária e interesseira dos E.U.A.?
A revista informa que Che ajudou a estabelecer um regime de penúria em Cuba. Mas este regime não foi imposto pelos E.U.A. sob forma de embargos econômicos, impedindo diversos países de estabelecerem círculos comerciais com Cuba?
Che é acusado de criar campos de extermínio, e quanto nossas prisões políticas e arbitrárias que violentaram, torturaram, assassinaram e mutilaram milhares de pessoas durante a ditadura de Getúlio Vargas e ainda hoje?
Quanto ao assassinato de um garoto de 15 anos condenado à morte por pichar muros contra Fidel, e sua mãe em desespero buscando sua libertação. Ótimo apelo com bons ingredientes para inflamar um leitor desinformado dos fatos. Quantas vezes você não afirma que tal pessoa deveria morrer por ter cometido tal ato? Não! Não precisa responder. Omita essa verdade no seu íntimo e afirme categóricamente que jamais sugeriria algo semelhante. Você não é o único hipócrita que diria isso.
A revista pergunta: "como um jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um assassino cruel e maníaco"? Quantos jovens americanos não viajaram pelo mundo, fumaram maconha e usaram outra drogas em nome da "Paz e Amor" e não se converteram em assassinos cruéis e maníacos ocupando cargos de oficiais em batalhas no Vietnã e no Iraque? Ernesto Guevara realmente realizou uma viagem pelo Cone Sul em companhia do amigo Alberto Granado em uma motocicleta, mas ao contrário de muitos de sua época e quase todos hoje, ele entendia o porque de muitas coisas, incluindo a exploração da mão de obra dos sul americanos em seus países natais, por empresas norte americanas de exploração. Infelizmente, quando se observam as coisas e elas são compreendidas, não notam-se somente as flores, mas também os espinhos, os parasitas, as formigas, etc, e quando uma árvore é parasitada por outra planta, qual o final da história? Devemos lembrar que as pessoas buscam entender apenas o que lhes é conveniente e aprazível, e a verdade nem sempre o é.
As críticas continuam, chegando a Fidel Castro, que "aparece cada dia mais roto, macilento e caduco em um ridículo agasalho esportivo".
Por sorte, existem pessoas capazes de pesquisar os momentos e determinar sua importância.
Nunca podemos esquecer, que qualquer ponto de vista, é visto de um determinado ponto e esse ponto nunca verá toda a vista em questão. Portanto, inúmeros erros ocorreram na trajetória de Che Guevara, também podem ser encontrados (querendo encontrá-los), na vida de Buda, Jesus Cristo, John Kennedy, Armando Andretta e quem mais for pesquisado. A verdade é sempre relativa.
A reportagem finaliza com o clamor "está passando da hora de essa muralha cair (Che)".
O que não é comentado por exemplo, é que muitos artigos são comercializados com a figura de Che Guevara e vendidos como se fosse astro do Rock (!!!), adquirido por consumidores que não imaginam quem foi ou o que fez o dono do rosto impresso na figura. Isso não demonstra um povo ignorante? E qual a dificuldade de manipular um povo ignorante? Afirmando eu que no fundo de um poço existe um tesouro e dizendo que a única forma de atingi-lo é saltando e que mal algum ocorrerá, quantos não saltarão para o abismo?
Sim! Che Guevara tornou-se um símbolo não das revoluções sangrentas e recheadas de assassinatos (encontradas em qualquer país em diversas épocas), mas um símbolo de luta contra o imperialismo norte americano. Mas as garras desse imperialismo são sutis e suaves, envolvendo carinhosamente suas vítimas que derramam o próprio sangue em trabalhos árduos para adquirir uma marca, um produto, um ícone do amado rei imperial, e o que é pior, sentem-se felizes por isso e atacam àqueles que não o fazem porque são fora de moda, feios, ridículos, quadrados e outros adjetivos possíveis.
Não tenho a menor pretensão de que esse artigo seja lido. Muito menos que seja lido até o final, com excessão do meu amigo Rodrigo.
Minha única necessidade era tornar público (embora provavelmente ninguém leia) este artigo que é mais um desabafo pelas mesmas palavras manipuladoras comuns em todos os meios.
Quanto ao sonho de uma nova revolução antiimperialista? Nunca. Nosso povo já mostrou seu verdadeiro caráter, fugindo às lutas, glorificando assassinos como heróis nacionais por matar índios e crianças em território estrangeiro no comando no nosso exército.
Nosso futuro é a escravidão eterna, sob um jugo inteligente que manipula a todos conforme seus interesses.
Quantos brasileiros se levantaram contra algo e depois viram que foram irremediavelmente abandonados na linha de frente?
Como disse Maquiavel, uma nação sem guerras gera um povo afeminado. Essa verdade é aplicável ao Brasil, por ser um país pacífico, que resolve todas suas questões diplomáticamente e que teve uma independência sem sangue.
Tudo isso contribuiu para a criação de uma nação medrosa, que não luta por seus direitos, que abre mão de suas conquistas e que coloca qualquer um como defensor de seus interesses, quando na verdade, só defende seus próprios interesses.
Nossa história foi escrita com exploração dos índios, corrupção dos governantes e "jeitinhos" dados por todos, o que fez com que o brasileiro fosse mal visto em todos os países do mundo.
Cada povo tem o governo que merece. Esta máxima é plenamente verdadeira, não devendo o povo reclamar de nada (saúde, transportes, salários, etc.), pois tudo é fruto de sua vontade expressa por voto e pelo comodismo que impede suas ações e pela covardia que impede a busca e a conquista.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Desmaio e Epilepsia

DESMAIO E CRISE EPILÉTICA

O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, fazendo com que o paciente caia no chão. Pode ser causado por vários fatores, como a subnutrição, o cansaço, excesso de sol, stress. Pode ser precipitado por nervosismo, angústia e emoções fortes, além de ser intercorrência de muitas outras doenças.

Identificação:
· Tontura;
· Sensação de mal-estar;
· Pele fria, pálida e úmida;
· Suor frio;
· Perda da consciência.

Tratamento:
Diante de um indivíduo que sofreu desmaio, devemos proceder da seguinte maneira:
· Arejar o ambiente;
· Afrouxar as roupas da vítima;
· Deixar a vítima deitada e, se possível, com as pernas elevadas;
· Não permitir aglomeração no local para não prejudicar a vítima.

Crise Epilética:
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que se caracteriza por causar crises de convulsões (ataques) em sua forma mais grave.

Os ataques ou convulsões se caracterizam por:
· Queda abrupta da vítima;
· Perda da consciência;
· Contrações de toda a musculatura corporal;
· Aumento da atividade glandular com salivação abundante e vômitos.

Pode ainda ocorrer o relaxamento dos esfíncteres com micção e evacuação involuntárias.
Ao despertar, o doente não se recorda de nada do que aconteceu durante a crise e sente-se muito cansado, indisposto e sonolento.

A conduta do socorrista no ataque epilético consiste, principalmente, em proteger o doente e evitar complicações. Deve-se deitar o paciente com roupas leves e desapertadas (as contrações musculares aumentam a temperatura corpórea) e virá-lo de lado para que não aspire as secreções ou o vômito para os pulmões.

Um cuidado especial deve ser dado à boca, pois o doente pode ferir-se, mordendo a língua ou as bochechas. Para tanto, interpõe-se um calço (pedaço de pano, por exemplo) entre os dentes superiores e inferiores, impedindo que eles se fechem. Esta manobra, entretanto, deve ser cuidadosa, pois o socorrista poderá ser mordido, ou o objeto poderá causar obstrução respiratória. Cessada a crise, que dura de 1 a 5 minutos, o doente deverá receber limpeza corpórea, ingerir líquidos e repousar em ambiente silencioso.

É preciso que os curiosos sejam afastados do local, pois esta doença acarreta um grande senso de inferioridade e a presença de estranhos apenas contribui para a acentuação do problema psicológico.

Deve-se orientar o paciente para voltar a procurar o médico, pois haverá necessidade de ajustar a dose da droga em uso.

Primeiros Socorros - Queimaduras

QUEIMADURAS

A pele é a nossa barreira natural de proteção contra os mais variados agentes agressores, como microorganismos, agentes físicos e químicos.
Além disso, a pele é o órgão mais extenso do corpo humano e é muito importante no controle da temperatura e retenção de líquidos.
A definição de queimadura é bem ampla, porém, basicamente, é a lesão causada pela ação direta ou indireta produzida pelo calor no corpo.
A sua manifestação varia desde uma pequena bolha (flictena) até formas mais graves capazes de desencadear respostas sistêmicas proporcionais à gravidade da lesão e sua respectiva extensão.

As Queimaduras são Classificadas de acordo com:
· O agente causal
· A profundidade
· A extensão (área corpórea atingida)

De acordo com o Agente Causador, a queimadura pode ser:

1. TÉRMICA (provocada por calor, líquidos quentes, objetos aquecidos, vapor).
2. QUÍMICA (provocada por ácidos e bases).
3. ELÉTRICA (quando provocada por raios e corrente elétricas).
4. POR RADIAÇÃO (quando provocada por radiação nuclear).

Para se classificar a queimadura de acordo com a sua extensão existem vários métodos, porém seu aprendizado requer muita prática. Para o socorrista é suficiente observar que quanto maior a extensão da queimadura maior risco de vida vítima estará correndo.
Quanto à profundidade da queimadura (número de camadas de pele atingidas):

1. PRIMEIRO GRAU: atinge somente a epiderme. Nessa queimadura, a pele apresenta-se em hiperemia (avermelhada), edemaciada (inchada) e há ardor no local dessa queimadura.

2. SEGUNDO GRAU: Atinge a epiderme estendo-se até a derme. Caracteriza-se pela presença das flictenas (bolhas). A vítima também apresenta dor local intensa, hiperemia e pele edemaciada.

3. TERCEIRO GRAU: Atinge todas as camadas da pele e hipoderme. É considerada grave pois pode provocar lesões que vão desde músculos até ossos. Caracteriza-se por apresentar coloração escura ou esbranquiçada, uma lesão seca, dura e indolor.

OBS: a queimadura não é obrigatoriamente uniforme! Podem ocorrer nos diversos graus e ao mesmo tempo.

PRIMEIROS SOCORROS EM QUEIMADURAS:

· Interrompa imediatamente o efeito do calor (utilize água fria, não use água gelada, ou utilize um lençol para apagar as chamas no corpo da vítima).
· Em caso de acidentes com queimaduras promovidas por corrente elétrica, não toque na vítima até que se desligue a energia. Tome cuidado com os fios soltos e água no chão.
· Para vítimas de corrente elétrica, observe se há parada respiratória, em caso afirmativo proceda com a respiração de socorro. Transporte imediatamente à vítima para o hospital.
· Faça a avaliação primária da vítima. Identifique qual o tipo, grau e extensão da queimadura.

A queimadura é uma lesão estéril, por isso tenha cuidado ao manuseá-la e evite ao máximo contaminá-la.

· Retire pulseiras, jóias, relógios, roupas que não estejam grudadas na pele da vítima.
· Caso a queimadura seja de 1º grau, retire a pessoa do sol, utilize substâncias refrescantes como produtos para aliviar a dor e faça a administração por via oral de líquidos.
· Caso a queimadura seja de 2º ou de 3º graus, lembre-se de cobrir a área queimada com gazes molhadas em soro fisiológico ou água limpa.
· Mantenha o curativo molhado usando recipientes de soro ou água limpa até levar a vítima ao hospital.
· NÃO fure as flictenas (bolhas)!
· NÃO utilize manteiga, creme dental, manteiga, gelo, óleo, banha, café na queimadura.
· Remova a pessoa para o hospital caso a queimadura seja muito extensa ou seja de 2º ou 3º graus.

"Mais do que prestar primeiros socorros em queimaduras é importante prevenir tais acidentes, principalmente nas épocas de festas populares e festejos juninos, épocas nas quais é evidenciado um aumento na incidência do número de queimados"

Incêndio em G.N.V.

COMBATE A INCÊNDIO EM VEÍCULOS MOVIDOS A GNV
Data de Publicação: 28/09/2006 Seção: Artigos
O Maj BM RICARDO PEDROSA FREITAS juntamente com os Cadetes do 2* Ano do CFO estão trazendo com este artigo um pouco mais de conhecimento sobre os procedimentos de Combate a Incêndio em veículos equipados com Gás Natural Veicular. Todas estas instruções são resultados das instruções ministradas pelo Oficial na Academia de Bombeiro Militar D. Pedro II.

1) INTRODUÇÃO

Para falarmos de combate a incêndio em veículos, devemos antes levar em conta alguns aspectos:
- Mais de 50% das reservas totais de gás natural, ou seja, 205,8 bilhões de m³, estão localizadas na Bacia de Campos – RJ.
- O gás natural vem sendo utilIzado como combustível por veículos automotores.
- As vantagens econômicas que este combustível proporciona, como economia de até 70% em relação à gasolina dentre outras, vêm fazendo com que o mercado de instaladoras de kit de GNV (gás natural veicular) venha crescendo de forma intensa e o número de veículos movidos por este combustível cresça também proporcionalmente.
- Os veículos movidos a GNV, apesar da existência de um selo de identificação do uso deste combustível, não o utilizam, haja visto que este uso seria um atrativo ao furto do veículo e mesmo que o usassem, tal selo provavelmente seria destruído nos momentos iniciais de um incêndio, o que de qualquer forma torna a identificação do uso do gás inviável.
- Nem sempre é possível colher a informação dada pelo proprietário, de que o veículo é movido a GNV.
- O procedimento para combate a incêndios em veículos movidos a GNV é diferente do combate a incêndios a veículos movidos a diesel, gasolina ou álcool, em virtude principalmente do GNV ser um gás e estar armazenado sob alta pressão (200 bar ou 200Kgf/cm2).
Analisando os aspectos acima e levando-se em conta que o procedimento para combate a incêndios movidos a GNV requer cuidados maiores do que os movidos somente a gasolina, álcool ou a diesel, fica claro e evidente que para nós, profissionais de segurança, a melhor saída é sempre tratar um incêndio em veículo como se este fosse movido a GNV.

2) GNV
Definição
GNV é a sigla de Gás Natural Veicular, ou seja, é o gás natural utilizado em veículo automotor.
O GNV é o mesmo gás canalizado utilizado em residências, comércio e indústria, porém armazenado e transportado sob alta pressão em cilindros especiais, alimentando o motor do veículo.

Composição
O GNV é composto de METANO (CH4), de 70 a 95%; ETANO (C2H6), de 5% a 13%; PROPANO (C3H8), de 0,2% a 9%; BUTANO (C4H10) e gases mais pesados, de 0 a 7% em volume .

Características
Incolor, inodoro (sendo acrescentado o odorizador gás Mercaptana, como no GLP, para identificar vazamentos), não é tóxico nem irritante no manuseio (baixa concentração), pode causar asfixia, é inflamável e menos denso do que o ar (0,62 em relação à densidade do ar enquanto que o GLP é 2,10 vezes mais denso que o ar).
Ponto de ebulição, ponto de fulgor e de ignição
Ponto de ebulição- -161,4ºC
Ponto de fulgor- não se aplica por ser um gás
Ponto de ignição- 632ºC
LIE (limite inferior de explosividade) e LSE (limite superior de explosividade)

GNV 6,5% 17%

GLP 1,8% 9,3%

PROCEDIMENTOS DO SOCORRO
3.1- EPI necessário
Roupa de aproximação do tipo NOMEX, capacetes com visor, luvas e equipamento autônomo de respiração (máscara do tipo MSA), todos já disponíveis em nossa Corporação.
SOMOS PROFISSIONAIS E NÃO AMADORES OU AVENTUREIROS! Por isso, o uso do EPI(Equipamento de Proteção Individual) é indispensável.

3.2- Estabelecimento
Análise do local:
Verificar o tipo de via (rodovia, túnel, via urbana etc.).
Verificar se há grande fluxo de pessoas.
Observar se há combustível derramado sob o veículo ou escorrendo para os arredores.
Ao aproximar-se do veículo, considerá-lo sempre movido a GNV.

Posicionamento das viaturas:
Escolher a posição da viatura visando a segurança da mesma e da guarnição, no mínimo, a 100 metros para carros de passeio, 200 metros para vans e táxis, e 300 metros para veículos de carga ou reboque, do veículo sinistrado.
Aproximar-se com o vento pelas costas.

3.3- Isolamento
No caso de simples vazamento,deverá ser evacuadas as pessoas e animais num raio de 400m.
Nos casos em que houver chama envolvendo os cilindros, deverá ser adotado um raio mínimo de 800m.
As barreiras encontradas como muros e construções diversas podem ser levadas em consideração para auxiliar na limitação dos danos.

3.4- Aproximação
Tipos de veículos:
Auto comum (carros de passeio)
Ônibus e caminhões
Vans / Kombi
Pick-up
Por onde se aproximar:
Em carros de passeio pela frente do veículo, pois o cilindro se localiza atrás do automóvel.
Em ônibus e caminhões, aproximar-se por trás ou pela frente, pois os cilindros estão localizados fixos nos chassis de ambos os lados entre os eixos dianteiro e traseiro.
Em vans e Kombis por trás ou pela frente, pelo mesmo motivo acima citado.
Em pick-ups pela frente pois os cilindros estão sobre a caçamba ou carroceria de madeira.

3.5- Combate
Os Bombeiros devem estar equipados com capacetes, roupas de aproximação, cinto, luvas, botas e equipamento de proteção respiratória do tipo autônomo;
- Verificar a direção do vento;
- Armar duas linhas direta de 1 ½” com esguichos reguláveis ou armar dois magotinhos ou armar 1 linha direta de 1 ½” e 1 mangotinho;
- Procurar sempre ter uma linha como proteção;
- O combate deverá ser realizado através do método de resfriamento dos tanques, a fim de ser evitado o fenômeno B.L.E.V.E (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion) nos cilindros envolvidos em chamas ou aquecimento por irradiação;
- Deverá também ser utilizado jato neblina em alta pressão (acima de 100 lbs), a fim de se proceder ao efeito de arrastamento do ar (exaustão), para dispersão da concentração de GNV;
- O combate deverá ser realizado em posição de “alarme gases”.

3.6- Fechamento das válvulas
3.6.2 Válvula de Abastecimento
Esta válvula se encontra localizada na parte destinada ao acondicionamento do motor do veículo, intermediando o Carburador ou TBI da Injeção Eletrônica e o cilindro de armazenamento do GNV.
Sua principal função é a de interromper o fluxo de GNV do cilindro para o motor. Constitui-se numa pequena alavanca, geralmente pintada na cor vermelha, que se girada no sentido anti-horário realiza a ação para a qual fora criada.

3.6.3 Válvula do Cilindro
Encontra-se localizada junto ao cilindro de abastecimento de GNV, é um registro que impede a alimentação do citado gás ali armazenado para o restante do sistema.
Para fechá-la é necessário romper um plástico que o cobre, colocado pela empresa instaladora do Kit GNV e girar o registro no sentido anti-horário.

3.8- Desligamento do cabo da bateria
Assim que o cilindro for resfriado e for feito o fechamento das válvulas, deve-se proceder à desconexão dos cabos da bateria.
O cabo da bateria a ser desconectado primeiro deve ser o negativo em razão de a mesma fazer seu aterramento com o chassis do carro através de seu borne negativo. Do contrário, se desconectássemos primeiramente o pólo positivo, correr-se-ia o risco de a chave metálica entrar em contato com alguma parte da carroceria e, estando esta ligada ainda ligada ao pólo negativo da bateria, fecharia o circuito e provocando centelhas.

3.7 Anotações de dados sobre eventos envolvendo veículos movidos a GNV
O Boletim da SEDEC/CBMERJ nº 032, de 17 de fevereiro de 2004, em sua fl. nº 958, item 12 – Nota EMG/CH 050/2004, padroniza a anotação de dados sobre eventos envolvendo veículos movidos a GNV, para confecção de Quesitos, conforme abaixo transcrito:
“Sub Comandante Geral determina:
Todos os dados relativos ao abastecimento por GNV desses veículos, contidos no Certificado de Segurança Veicular (CSV) em especial da empresa instaladora do Sistema de Abastecimento por GNV:
- Número do CSV;
- Número do cilindro;
- Número do Redutor;
- Marca;
- Data de fabricação;
- Data de reteste do cilindro

4- CONCLUSÃO

Concluímos então que os procedimentos para operações com GNV devem ser adotados para o combate a incêndios em qualquer tipo de veículo exceto motos, devido ao grande número de veículos que trafegam utilizando-se deste tipo de combustível.
Salientamos também que tais procedimentos também devem ser adotados devido ao grande potencial explosivo do dispositivo de armazenagem do GNV, e por visarem proteger a população e a própria guarnição.

Referência bibliográfica: Manual de atendimento a gás natural veicular, SIMAS JR, CARLOS ALBERTO – MAJ BM QOC/92.
Combate a incêndios em veículos movidos a GN V, IBP – 2003.
Elaborado por: Maj BM PEDROSA, instrutor de TMI II e turma 2º ano A composta pelos Cadetes BM MIRELA, VITOR FREITAS, VIMECATI, FLALDIMIR, MARCOS ESCARANI, ALESSANDRA, MEDINA, BRNO MELO, POLYCARPO, YGOR PARAÍSO, THAYENE, FELIPE GONÇALVES, RUBENS, GRANGEIRO, MICHELLE, AIETA, CECCHI, JULIAN, AMANDA, KURZ, DIEGO MACEDO, ELDER, VILLAVERDE, WAGNER MEIRELLES, TOSTES, ROBERTA, PIMENTA, CARLA PRADO, PORTO, WELLINGTO ARAÚJO, PIRES VAZ e LUIZ CLÁUDIO.

O mito da caverna - Platão


O Mito da Caverna

Extraído de "A República" de Platão . 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291

SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que lhes exibem.

GLAUCO - Imagino tudo isso.

SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio.

GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!

SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica fronteira?

GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.

SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as sombras?

GLAUCO - Não.

SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?

GLAUCO - Sem dúvida.

SÓCRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?

GLAUCO - Claro que sim.

SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das figuras que desfilaram.

GLAUCO - Necessariamente.

SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via.
Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigasse a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?

GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.

SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?

GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem reais?

GLAUCO - A princípio nada veria.

SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior. Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.

GLAUCO - Não há dúvida.

SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal qual é.

GLAUCO - Fora de dúvida.

SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.

GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões.

SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?

GLAUCO - Evidentemente.

SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras ilusões e viver a vida que antes vivia?

GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a viver da maneira antiga.

SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?

GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?

GLAUCO - Por certo que o fariam.

SÓCRATES - Pois agora, meu caro Glauco, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos.

Acidentes com Bicicletas


ACIDENTES COM BIKE

Artigo científico comenta acidentes relacionados ao ciclismo.

"O ciclismo é um tipo popular de recreação entre as pessoas de todas as idades, porém acidentes relacionados a esta modalidade são bastante comuns, podendo levar a seqüelas e até à morte. Em geral os acidentes são mais comuns com pessoas do sexo masculino e estão relacionados com a velocidade, sendo os fatais com freqüência devido a colisões com outros veículos motorizados. Apesar das lesões superficiais da pele e da musculatura serem as mais comuns, os traumas cranianos são os responsáveis pela maior mortalidade e pelo maior tempo de inatividade".

Em 1994, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos Estados Unidos, estimou que 72,7% das crianças com idade entre cinco e 14 anos possuíam algum tipo de bicicleta (62% do tipo mountain-bike), perfazendo um total de 27,7 milhões de crianças ciclistas.

Um trabalho apresentado por MATTHEW J. THOMPSON, M.B., CH.B, and FREDERICK P. RIVARA, M.D., M.P.H. da University of Washington School of Medicine, Seattle, Washington, apresenta dados interessantes.
Os autores mencionam que os acidentes relacionados ao ciclismo são responsáveis por aproximadamente 900 mortes, 23 mil internações hospitalares, 580 mil visitas ao departamento de emergência e, a mais de 1,2 milhões de visitas médicas, por ano, nos Estados Unidos. O custo anual estimado em mais de oito bilhões de dólares. Em 1988 foi estimado que aproximadamente 4,4 milhões de crianças, com idade entre cinco e 17 anos, foram feridas em acidentes envolvendo a participação em esportes ou recreação, sendo que destes, 10% a 40 % se relacionavam com o ciclismo.

Fatores de risco

Entre as condições de risco para os acidentes devido ao ciclismo, o estudo destaca: ciclista do sexo masculino; idade entre nove e 14 anos; verão; fim de tarde ou no início da noite; não usar capacete; automóvel envolvido; ambiente inseguro; ciclista portador de distúrbio psiquiátrico; intoxicação (álcool e outras drogas); competições de mountain bike.

Causas

As causas apontadas foram principalmente falhas do ciclista como perda de controle, inexperiência, realização de acrobacias e alta velocidade, falha do motorista de outro veículo envolvido, ambientes perigosos (obstáculos, cascalho na pista) e problemas mecânicos na bicicleta. Em geral, as colisões com outros veículos e a alta velocidade são os responsáveis pelos acidentes fatais.

Tipos de trauma

No levantamento realizado as lesões se localizam primeiramente nas extremidades, seguidas de lesões na cabeça, face, abdômen ou tórax e pescoço. Os traumas superficiais são os mais freqüentes e se caracterizam por abrasões, contusões e lacerações. As abrasões podem envolver parcial ou totalmente a espessura da pele, sendo no último caso, necessária uma intervenção cirúrgica para prevenir “tatuagens traumáticas”.
As distensões, fraturas e luxações também são comuns, podendo ser identificadas por deformidades, edema, dor, hematomas ou alteração da função. Muitas vezes é necessário um estudo de imagem para o diagnóstico.
Os traumas cranianos (contusão cerebral, hemorragia intracraniana, fraturas) ocorreram em 22% a 47% dos ciclistas acidentados, sendo responsáveis por 60% dos óbitos e por um longo tempo de inatividade. As lesões do pescoço foram raras, e geralmente decorreram de colisão direta com outro veículo.
O trauma abdominal é representado por lesões no baço, fígado, pâncreas, rins, hérnias traumáticas e fraturas pélvicas dentre outras. O trauma perineal pode envolver os órgãos genitais e a uretra. Foi mencionado que os ciclistas “rurais” (off-road) têm uma incidência de acidentes 40% menor que os urbanos.

Outras lesões

O trabalho destacou que a atividade ciclística propicia, além do trauma, lesões tardias, que ocorrem principalmente devido à constância da atividade (principalmente em competidores) e ao posicionamento incorreto do ciclista (com relação ao assento e ao pedal). As dores no pescoço e nas costas foram as queixas mais comuns dos ciclistas.
Prevenção

Os especialistas sugerem que os alongamentos são benéficos antes do ciclismo e que se deve diminuir a distância ao guidão e reduzir discretamente a inclinação do selim.(10 a 15 graus). A pressão prolongada do guidão e a posição dos punhos podem levar a uma neuropatia progressiva nas mãos, sendo a mais comum a síndrome do túnel do carpo.

Outras medidas preventivas sugeridas incluíram utilizar um selim mais confortável, vestir bermudas com almofadas e utilizar todos os equipamentos de segurança. A interação entre atrito, suor e roupas justas propicia maceração e irritação da pele na virilha.

O uso de capacetes produz um efeito substancial reduzindo em 74% a 85% as lesões na cabeça e em aproximadamente 65% traumas na região superior da face e no nariz, desde que utilizado corretamente. Medidas de conscientização quanto ao uso de capacetes estão sendo muito eficazes nos Estados Unidos, propiciando um aumento na adesão de 40% a 50% em várias comunidades.

A utilização de luvas reduz substancialmente as lesões superficiais da mão e previne a compressão de nervos. O uso de óculos de policarboneto protege contra os raios solares e corpos estranhos.
No geral, crianças menores de 10 anos devem evitar pedalar em locais com tráfego de veículos e as demais devem treinar, antecipar os erros dos motoristas e avaliar as condições de tempo. Outras medidas eficazes sugeridas consistem em separar ciclistas e motoristas (ciclovia) e proibir que eles andem no passeio (um estudo recente mostrou que andar no passeio é mais perigoso que andar nas ruas).

É muito oportuna a discussão sobre os riscos e a prevenção de acidentes envolvendo ciclistas. O número de adeptos do ciclismo em todo o mundo é muito grande, seja como atividade esportiva, recreativa ou de trabalho.
As crianças e os adolescentes são especialmente vulneráveis aos acidentes com bicicletas. Andar de bicicleta está associado a uma sensação de liberdade, aventura e prazer. Os benefícios para o desenvolvimento físico e emocional são inequívocos, entretanto, ao adotar o hábito é fundamental que os jovens sejam corretamente orientados e supervisionados pelos adultos responsáveis.

Referências Bibliográficas:1. MATTHEW J. THOMPSON, M.B., CH.B, and FREDERICK P. RIVARA, M.D., M.P.H.; University of Washington School of Medicine, Seattle, Washington.
FONTE: Boa Saúde/UOL