sábado, 3 de novembro de 2007

Comentário VEJA edição 2028 - Che Guevara

Após vários comentários de colegas sobre a reportagem da revista VEJA n° 2028 de 03 de Outubro de 2007, senti-me na obrigação de elaborar um comentário referente ao Comandante da Revolução Cubana na década de 50, Ernesto Che Guevara.


Quem acompanhou a reportagem conheceu um Che sanguinário, terrorista, com grande porção de loucura e tendências ditatoriais.


A revista cita "sua maníaca necessidade de matar pessoas". Convém observarmos que normalmente soldados em uma guerra matam pessoas, portanto, a maníaca necessidade estende-se a todos os soldados e todos os exércitos que combateram durante a história da humanidade.


A revista acusa Che da morte de 49 "jovens inexperientes recrutas" do exército Boliviano. Quantas mortes foram atribuídas ao presidente George W. Bush, no solo Iraquiano de civis que foram sumariamente executados, violados em seus direitos e impedidos de exercer sua cidadania num país soberano até a intervenção arbitrária e interesseira dos E.U.A.?
A revista informa que Che ajudou a estabelecer um regime de penúria em Cuba. Mas este regime não foi imposto pelos E.U.A. sob forma de embargos econômicos, impedindo diversos países de estabelecerem círculos comerciais com Cuba?
Che é acusado de criar campos de extermínio, e quanto nossas prisões políticas e arbitrárias que violentaram, torturaram, assassinaram e mutilaram milhares de pessoas durante a ditadura de Getúlio Vargas e ainda hoje?
Quanto ao assassinato de um garoto de 15 anos condenado à morte por pichar muros contra Fidel, e sua mãe em desespero buscando sua libertação. Ótimo apelo com bons ingredientes para inflamar um leitor desinformado dos fatos. Quantas vezes você não afirma que tal pessoa deveria morrer por ter cometido tal ato? Não! Não precisa responder. Omita essa verdade no seu íntimo e afirme categóricamente que jamais sugeriria algo semelhante. Você não é o único hipócrita que diria isso.
A revista pergunta: "como um jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um assassino cruel e maníaco"? Quantos jovens americanos não viajaram pelo mundo, fumaram maconha e usaram outra drogas em nome da "Paz e Amor" e não se converteram em assassinos cruéis e maníacos ocupando cargos de oficiais em batalhas no Vietnã e no Iraque? Ernesto Guevara realmente realizou uma viagem pelo Cone Sul em companhia do amigo Alberto Granado em uma motocicleta, mas ao contrário de muitos de sua época e quase todos hoje, ele entendia o porque de muitas coisas, incluindo a exploração da mão de obra dos sul americanos em seus países natais, por empresas norte americanas de exploração. Infelizmente, quando se observam as coisas e elas são compreendidas, não notam-se somente as flores, mas também os espinhos, os parasitas, as formigas, etc, e quando uma árvore é parasitada por outra planta, qual o final da história? Devemos lembrar que as pessoas buscam entender apenas o que lhes é conveniente e aprazível, e a verdade nem sempre o é.
As críticas continuam, chegando a Fidel Castro, que "aparece cada dia mais roto, macilento e caduco em um ridículo agasalho esportivo".
Por sorte, existem pessoas capazes de pesquisar os momentos e determinar sua importância.
Nunca podemos esquecer, que qualquer ponto de vista, é visto de um determinado ponto e esse ponto nunca verá toda a vista em questão. Portanto, inúmeros erros ocorreram na trajetória de Che Guevara, também podem ser encontrados (querendo encontrá-los), na vida de Buda, Jesus Cristo, John Kennedy, Armando Andretta e quem mais for pesquisado. A verdade é sempre relativa.
A reportagem finaliza com o clamor "está passando da hora de essa muralha cair (Che)".
O que não é comentado por exemplo, é que muitos artigos são comercializados com a figura de Che Guevara e vendidos como se fosse astro do Rock (!!!), adquirido por consumidores que não imaginam quem foi ou o que fez o dono do rosto impresso na figura. Isso não demonstra um povo ignorante? E qual a dificuldade de manipular um povo ignorante? Afirmando eu que no fundo de um poço existe um tesouro e dizendo que a única forma de atingi-lo é saltando e que mal algum ocorrerá, quantos não saltarão para o abismo?
Sim! Che Guevara tornou-se um símbolo não das revoluções sangrentas e recheadas de assassinatos (encontradas em qualquer país em diversas épocas), mas um símbolo de luta contra o imperialismo norte americano. Mas as garras desse imperialismo são sutis e suaves, envolvendo carinhosamente suas vítimas que derramam o próprio sangue em trabalhos árduos para adquirir uma marca, um produto, um ícone do amado rei imperial, e o que é pior, sentem-se felizes por isso e atacam àqueles que não o fazem porque são fora de moda, feios, ridículos, quadrados e outros adjetivos possíveis.
Não tenho a menor pretensão de que esse artigo seja lido. Muito menos que seja lido até o final, com excessão do meu amigo Rodrigo.
Minha única necessidade era tornar público (embora provavelmente ninguém leia) este artigo que é mais um desabafo pelas mesmas palavras manipuladoras comuns em todos os meios.
Quanto ao sonho de uma nova revolução antiimperialista? Nunca. Nosso povo já mostrou seu verdadeiro caráter, fugindo às lutas, glorificando assassinos como heróis nacionais por matar índios e crianças em território estrangeiro no comando no nosso exército.
Nosso futuro é a escravidão eterna, sob um jugo inteligente que manipula a todos conforme seus interesses.
Quantos brasileiros se levantaram contra algo e depois viram que foram irremediavelmente abandonados na linha de frente?
Como disse Maquiavel, uma nação sem guerras gera um povo afeminado. Essa verdade é aplicável ao Brasil, por ser um país pacífico, que resolve todas suas questões diplomáticamente e que teve uma independência sem sangue.
Tudo isso contribuiu para a criação de uma nação medrosa, que não luta por seus direitos, que abre mão de suas conquistas e que coloca qualquer um como defensor de seus interesses, quando na verdade, só defende seus próprios interesses.
Nossa história foi escrita com exploração dos índios, corrupção dos governantes e "jeitinhos" dados por todos, o que fez com que o brasileiro fosse mal visto em todos os países do mundo.
Cada povo tem o governo que merece. Esta máxima é plenamente verdadeira, não devendo o povo reclamar de nada (saúde, transportes, salários, etc.), pois tudo é fruto de sua vontade expressa por voto e pelo comodismo que impede suas ações e pela covardia que impede a busca e a conquista.

3 comentários:

Anônimo disse...

Brilhante artigo. Sintetizou perfeitamente o que é o nosso pais.

É dificil imaginar uma solução para esse povo. Essa gente não é digna deste solo.

Nisso entra o comentário de Deus para com Noé após o dilúvio: "Nunca mais vou exterminar o ser humano, pois a maldade está na natureza do ser humano".

É caro amigo, estamos sozinhos na luta.

abraços

Unknown disse...

Pois é ressuscitaram Che 12 Junho 2015 com comentários rebatidos magistralmente nessa página

lammyyadav disse...

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